Família

Deve ser muito triste não se sentir parte de sua própria família. É extremamente frustrante quando as pessoas que deveriam te fazer sentir segura te empurram pro mundo, te excluem de uma vida que era pra ser sua.

Todos precisamos ser parte de um grupo e ter algum lugar em que nada pode nos alcançar; este grupo natural é a nossa família e esse lugar é a nossa casa. Mas o que fazer quando não nos encaixamos nem sequer neste grupo? O que fazer quando essa casa se torna tão sufocante, tão desprovida de carinho e atenção que se torna quase necessário ir embora?

Aceitação. É isso o que procuramos toda a nossa vida. Ter o direito de sermos naturais, sem fingimentos, sem camuflagem. Sem medo de preconceitos e exclusão. Não é fácil. E quando estamos cansados, exaustos de procurar, vamos para casa em busca do apoio daqueles que nos amam incondicionalmente. Família! O ponto de segurança de qualquer um, não importa a nossa idade, sexo, cor ou religião. Quando as coisas não saem como desejado, é pra ela que todos nós corremos. Mas eu me pergunto, e aqueles que não encontram apoio nem mesmo em sua família? Como sobrevivem?

Depois de ver uma mãe chorar por não ser compreendida por seus próprios filhos e marido, após ouvir suas palavras tristes e cheias de frustração por não conseguir sequer conversar sobre coisas banais sem que seja interrompida, apenas por falar, após reconhecer nesta mãe todo o esforço que faz pra se manter de pé e todos os sacrifícios que passa pra manter estes mesmos filhos e este mesmo marido felizes apesar destes em minha opinião não merecerem sequer o mínimo de atenção que ela merece, me dei conta de que deveria parar um pouco de questionar sobre o valor que as outras pessoas me dão e pensar se eu dou o devido valor aqueles que me amam.

Será que sou capaz de reconhecer os pequenos gestos daqueles que me amam e que fariam tudo por mim? Será que sou capaz de enxergar que aqueles que me amam, que me amam de verdade nem sempre me darão aquilo que quero, mas, certamente me darão o que eu preciso? Será que sou capaz de agradecer aqueles que estiveram comigo em momentos tão difíceis que busco esquecer? Será que sou capaz de dizer “Eu te amo” a todos aqueles que me presentearam com suas palavras, com seus abraços, com seus sorrisos ou apenas a sua presença?

Mesmo se não conseguir, tentarei, pois, ver uma mãe chorar, mesmo que não seja a sua, dói o suficiente para mostrar pra qualquer um que tudo o que somos, tudo o que conseguimos não conseguimos sozinhos. Busque na sua memória qualquer vitória conquistada e lembre-se das pessoas que estavam ao seu lado. Agora busque suas derrotas e lembrem-se quais eram as pessoas que estavam contigo.

Estas são as que precisam ouvir de ti, pelo menos uma vez, a importância que elas têm para você. Não porque elas esperam, mas porque elas merecem. E você também! Acredite, não há nada como dizer “Eu amo você”.