Quem é você, Alasca? - John Green

Quem é você, Alasca?
Título: Quem é você Alasca?
Subtítulo: O primeiro amigo, a primeira garota, as últimas palavras
Autor: John Green
Edição: 1
Editora: WMF Martins Fontes
ISBN: 9788578273422
Ano: 2010
Páginas: 229
Tradutor: Rodrigo Neves








Miles Halter é um jovem solitário, sem namorada ou grandes amigos, que nutre uma paixão por últimas palavras. Lendo a biografia de François Rabelais (famosos poeta), se depara com as últimas palavras do mesmo, o que faz com que tome uma decisão um tanto quanto inesperada.
“François Rebelais. Ele foi um poeta. E suas últimas palavras foram: “Eu saio em busca de um Grande Talvez”. É isso que estou fazendo. Então eu não tenho que esperar até morrer para começar a procurar um Grande Talvez” 
A partir de então, acompanhamos Miles em sua busca por um "Grande Talvez". Decidido, o garoto parte para Culver Creek, o mesmo colégio interno frequentado por todos os homens da família de seu pai, apesar de seus pais deixarem bem claro que a escolha seria apenas dele e que não havia necessidade de manter a tradição. E é assim que o garoto tímido da Flórida é apresentado ao intenso calor do Alabama.

Já no colégio, Miles conhece o Coronel, Chip Martin, um aluno com grande potencial de memorizar dados, sendo eles geográficos ou matemáticos. É através do mesmo que somos apresentados aos "Guerreiros de Dia de Semana", grupo do qual fazem parte os filhos da elite (pelo qual Chip nutre grande aversão), ou seja, que aproveitam seus finais de semana nas lindas mansões de seus pais. Chip, apesar de ter fama de durão, simpatiza com Miles logo de cara e ambos acabam tornando-se amigos.

E é por conta desta amizade que Miles conhece Takuma, o garoto japonês, e Alasca, a enigmática garota de olhos verdes. Apesar de muito bonita, Alasca é, sem dúvidas, misteriosa. Extrovertida, simpática, sensível, instável, inconstante e totalmente surpreendente. Essa é Alasca. Alasca tem uma beleza instigante, sensual, o que faz com que Miles se encante desde o primeiro momento, mas adivinhem... Alasca tem namorado! Jake é estudante em Vanderbilt além de baixista de uma banda.
“Só queria dormir com ela, no sentido mais inocente da palavra. Mas eu não tinha coragem. Ela tinha namorado. Eu era um palerma. Ela era apaixonante. Eu era irremediavelmente sem graça. Ela era infinitamente fascinante. Então voltei para o meu quarto e desabei no beliche de baixo, pensando que, se as pessoas fossem chuva, eu era garoa e ela, um furacão.” 
Ao passar do tempo, tanto Miles quanto Alasca, vão descobrindo alguns pontos em comum, como por exemplo, a literatura. E durante uma conversa, Alasca cita as últimas palavras de Simón Bolívar - estadista - que provoca tanto em Miles como nos leitores grandes reflexões.
“Ele - ou seja, Simón Bolívar - ‘estremeceu diante da revelação de que a corrida arrojada entre seus males e seus sonhos estava chegando ao fim. O resto eram trevas. ‘Droga’, ele suspirou. ‘Como sairei deste labirinto?” 
A obra tem como foco, as relações entre os personagens. As atitudes que tomam e, principalmente, as consequências que estas provocam.

Talvez este livro não seja como você imagina, poético e cheio de diálogos tocantes, mas não é isso o que importa realmente. O que o torna especial são as sensações que provoca, por vezes intensamente, por vezes sutilmente.
“Porque não podemos prolongar para sempre esse tipo de coisa. Chega uma hora em que é preciso arrancar o Band-aid. Dói, mas pelo menos acaba de uma vez e ficamos aliviados.” 
O livro é real e fala sobre situações reais. Mostra que nada do que você faz é só problema seu. Mostra que cada atitude, cada fala, cada gesto seu, pode marcar a vida das pessoas com quem você convive. Tudo tem importância e surte algum tipo de consequência, mesmo que não diretamente pra você.
“Se ao menos conseguíssemos enxergar a infinita cadeia de consequências que resultariam das nossas pequenas decisões. Mas só percebemos tarde demais, quando perceber é inútil.” 
“Quem é você Alasca?” mostra que em determinadas situações você e suas concepções são o que menos importam. Que a vida de outras pessoas está diretamente ligada a sua e que, a partir deste momento, também são sua responsabilidade. Não os culpe por suas decisões. E nem se culpe por atitudes que não foram suas.
“Passamos a vida inteira no labirinto, perdidos, pensando em como um dia conseguiremos escapar e em quanto será legal. Imaginar esse futuro é o que nos impulsiona para frente, mas nunca fazemos nada. Simplesmente usamos o futuro para escapar do presente.” 
Cada pessoa tem o direito de escolher entre um grande talvez ou uma simples certeza. Cada um de nós tem o direito de se libertar do seu próprio labirinto. Ame, viva,sinta, chore e sofra, mas não deseje fazer nada disso sozinho porque talvez um dia você não possa mais escolher entre a solidão e a companhia.
“Tantos de nós teríamos de conviver com coisas feitas e deixadas por fazer naquele dia. Coisas que terminaram mal, coisas que pareceram normais na hora, porque não tínhamos como prever o futuro. Se ao menos conseguíssemos enxergar a infinita cadeia de consequências que resultariam das nossas pequenas decisões. Mas só percebemos tarde demais, quando perceber é inútil”.

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