Título: Proteja-me
Autora: Juliette Fay
Edição: 1
Editora: Novo Conceito
ISBN: 9788581632209
Ano: 2013
Páginas: 464
Tradutor: Ana Paula Corradini
Eu já citei algumas vezes aqui que os
livros, assim como os filmes, não devem ser classificados como bons ou ruins.
Determinadas obras podem ser fracas e ao mesmo tempo maravilhosas, tudo depende
de quem está lendo.
O livro Proteja-me escrito pela
autora Juliette Fay, conta a história de Janie que após sofrer a perda de seu
marido num acidente de trânsito, tem que lidar com o luto, além de cuidar de
seus dois filhos, um menininho lindo e uma menininha sapeca, ainda de colo.
Quando o livro começa, faz apenas quatro
meses da morte de seu marido e Janie está completamente devastada pela perda,
raiva e angústia que sente. É quase impossível para ela se relacionar com
qualquer pessoa que seja. As únicas pessoas que parecem não despertar sua ira
incontrolável são seus filhos.
Janie vive assim, esbravejando de
raiva e fugindo de seus amigos e familiares, até que tem seu luto interrompido
por um homem que diz ter sido contratado, por seu falecido marido, para construir
uma varanda em sua casa. Após a
inevitável surpresa, Janie descobre que a varanda seria um presente de seu
marido, e agora, o seu último presente.
Apesar de relutar bastante, Jane
permite que a obra seja feita e tenta seguir em frente enquanto isso acontece. Por
conta da violência do acidente e por perder o seu marido de forma tão abrupta,
Janie se torna uma mãe super protetora. É freqüentemente atingida por ondas de
medo e se desespera com qualquer coisa que saia do seu controle.
Não confia em ninguém e não permite
que ninguém se aproxime dela. Afasta-se daqueles que ama e se vê cada vez mais
irada e amargurada. Até que ponto isso é natural e até que ponto isso é culpa
de Janie? Ela não consegue, ou não quer se relacionar com as pessoas?
Mesmo tentando fugir de tudo e de
todos, ela é impedida por algumas pessoas que se importam com o seu bem estar.
A mais presente de todas elas, na maior parte do tempo é o padre Jake com que
constrói um relacionamento de confiança e quase dependência.
Além do padre há a sua tia super
faladeira e atenciosa, seu primo super engraçado e carinhoso, sua vizinha e
agira a única amiga que é super mandona e organiza a vida de Janie, e sua mãe
que mora na Itália e não é tão presente quanto deveria.
É esse o cenário do livro e são essas pessoas
que constroem essa história. Durante o processo de luto de Janie, ela vai
descobrindo que precisa de outras pessoas para que se sinta melhor e, ainda
assim, é difícil conviver com elas.
É tão difícil conviver com elas,
quanto é difícil para nós convivermos com Janie. Ele é muito agressiva, muito
sarcástica e muito cruel ás vezes. Irrita o fato de sabermos que as pessoas
fazem de tudo pra que ela se sinta melhor e ver que ela enxerga tudo isso de
maneia destorcida, sempre.
Algumas atitudes dela são
compreensíveis por conta de sua dor, mas não todas elas. Não acho que seja
nosso direito, por pior que estivermos maltratar as pessoas e culpá-las por
nossos problemas e, infelizmente, isso acontece o tempo inteiro.
E não sei o que eu faria se estivesse
no lugar dela, mas eu sinceramente espero poder ser menos radioativa. É, essa
seria a palavra certa. Todos os lugares eram afetados pela Janie,
negativamente, e ela nem se importava com isso no começo. Era como se ela
sentisse prazer em provocar as pessoas. E, é claro, isso fazia com que sentisse
ainda pior depois.
A maior parte da leitura foi
irritante pra mim, e eu penso que o livro não precisaria de tantas páginas. No
meu modo de ver, o livro é excessivamente longo.
O ponto positivo do livro é que
podemos acompanhar a recuperação de Janie e ela vai acontecendo gradualmente, aos
pouquinhos. Cada capítulo é uma vitória. Pra ela e pra gente, porque o livro
parece que nunca vai acabar. A gente sente como se tivesse lido metade do livro
e ai olhamos pra página e constatamos que lemos apenas 50 páginas.
Não foi um livro que me agradou, mas passa uma mensagem bonita. Mostra
que precisamos das outras pessoas mais do que sequer imaginamos. Esse livro
mostra que a afirmação “é impossível ser feliz sozinho” é absurdamente correta.
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