Autores: James Patterson, Gabrielle Charbonnet
Edição: 1
Editora: Novo Conceito
ISBN: 9788581632216
Ano: 2013
Páginas: 288
Tradutor: Ana Paula Corradini
Imagina se você (sim você mesmo!), que é tão normal, um pouco rebelde talvez, mas bem normal, fosse acusado de ser praticante de bruxaria. Imaginou? Agora imagina se você fosse separado dos seus pais e trancafiado numa prisão por crimes que nem sequer cometeu, ou melhor, por crimes que nem sabia poder cometer. Agora feche os olhos e imagine um mundo onde o governo pune tanto adolescentes quanto crianças que são “diferentes”. Agora por último, imagine que do dia pra noite tudo mudou e os seus governantes enlouqueceram, sim porque só pode ser loucura não é? Afinal, bruxaria não existe, existe?
Imagine que hoje, quando chegar de madrugada e você estiver na maior parte do sonho, ouvirá um barulho e quando der por si, perceberá que existem pessoas dentro da sua casa e que essas pessoas te jogarão numa prisão. E isso, meu caro leitor, acontecerá de fato, deixará de ser apenas sua imaginação caso não cumpra as leis ditadas pela Nova Ordem.
Os irmãos Allgood, Whit e Wisty são a prova viva (Será?) disso. Ao serem acusados de bruxaria, os dois adolescentes foram sequestrados e trancados numa prisão de segurança máxima (são só adolescentes!), assim como outros jovens e crianças. Na verdade, onde estão os outros jovens? Será que são todos bons pra Nova Ordem, ou o fim deles apenas chegara mais cedo? Tudo agora é desconhecido, tanto o Regime opressor comandado pelo O Único Que É O Único, quanto até quando vão conseguir sobreviver á esse novo governo.
Sim porque, como é possível pra um jovem viver de acordo com as regras de um governo que os enxerga como grandes conspiradores? Como é possível viver, num mundo onde as pessoas te acusam, mesmo sem ter como provar? Num mundo onde o que acontece ao próximo pouco importa, contanto que seja para um “bem maior”? Espera ai! A gente não vive neste mundo?
Claro! Nós vivemos neste mundo, mas, meus amigos, nada se compara a Nova Ordem. Um mundo sem música, dança, liberdade, livros e socialização são proibidos! Nada que se aproxime da rotina normal, de um adolescente normal, é aceito. Mas e agora? Será que um bando de crianças, em especial, um casal de irmãos, que estão presos e, provavelmente, marcados de morte poderão lutar contra a força do O Único Que É O Único? Ou melhor, será que esses adolescentes vão querer lutar? Ou vão se acovardar perante o “sistema”?
E ai vocês pensam: “Nossa Ju! Quantas perguntas!”.
E sim, meus jovens, esse é o objetivo da resenha e um dos objetivos do livro. “Bruxos e Bruxas”, apesar de ser um livro de ficção, aborda muitos pontos importantes da nossa realidade. Como é que uma mudança abrupta desse jeito acontece bem embaixo no nosso nariz? Como é que alguém toma o poder de uma população inteira nas mãos e ninguém enxerga? Até que ponto é cabível seguir as leis sem lutar para mudá-las? É impossível ler este livro sem fazer questionamentos deste tipo, isso fica sempre muito presente durante a leitura.
E esses questionamentos são muito importantes porque incitam, mesmo que de forma sutil, a crítica dos jovens. Jovens críticos são extremamente importantes. Pensar no porque se faz, ao invés de apenas fazer. Enxergar a “verdade das coisas” mesmo que essa verdade seja só sua. Debater assuntos importantes e posicionar-se de forma concreta, pesquisar e entender melhor o que acontece ao redor são habilidades e atitudes cruciais para um cidadão e o jovem deve desenvolver essas características deste cedo.
Quando eu pensei em fazer essa resenha, resolvi não me prender muito a história em sim, até porque não há muito que eu possa falar. Com esse livro é assim mesmo, cada capítulo uma surpresa, um personagem novo ou uma reviravolta total o enredo. Então, tudo o que eu comentar pode ser considerado spoiler e como eu sei que muita gente detesta, apesar de eu gostar, preferi prevenir.
O importante é que vocês saibam que os capítulos são curtíssimos, o que aumenta o ritmo de leitura, os personagens são super carismáticos, me fazem rir mesmo nas piores situações, e que eles não são nada frágeis. Eles fazem o que tem de ser feito e não se culpam deliberadamente por isso. São fortes, ousados, corajosos e incríveis.
Diferentemente dos primeiros livros de algumas trilogias, “Bruxos e Bruxas” não tem aquele característica introdutória forte apenas, o livro começa e termina uma história, é claro que propondo novas aventuras pra continuação.
É isso galera, eu gostei bastante do livro e já não vejo a hora do começar “O Dom”, a continuação de Witch & Wizard.
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